Porque quem ama tem medo de perder...

Este blog é para quem gosta de amar, de lutar pelo que gosta...







terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tentar



Vou tentar
Brindar
Os teus olhos com uma escrita,
Acredita… 

Vou cogitar,
Vou esmerar
Cada palavra
Para te por a pensar… 

A levitar
De contentamento,
Aquento
Para o teu alear… 

Espero recriar
Um novo recitar,
Um novo olhar
No teu luar…

Bera


A culpa é tua não é minha,
Dizia a miudinha.
O rapazito ripostou:
O que é que se passou?
Onde foi que o sentimento
Abrandou?

Parou!
Morreu!
Se calhar nunca aconteceu!

Estás louca?
Pára um momento
Pensa no que estas a dizer. 

Certo. 

Nada do que dizes é concreto
Nesse deserto
Com voz rouca… 

Espera,
Não vás já.

 Deixa lá
Tudo isto não passou de uma bera.

Fazer o que ainda não foi feito





Acordou para mais um dia
Depois de uma noite em o sono lhe fugia. 

Pensou na razão daquele tormento
Que lhe provocara um estranho isolamento. 

Parecia que lhe roubava a motivação
A força do querer sem nenhum senão. 

Combalido por vias de um cansaço
Que o deixara confinado aquele espaço. 

Mas de repente
Algo lhe penetra na mente. 

Sentiu que devia emergir,
Sentiu que devia prosseguir. 

Numa réstia de esperança
Ergue o esqueleto moribundo e avança. 

Assim relança toda a sua objectividade
Aquilo que o faz viver de verdade. 

Sem lista do que quer fazer
Parte com vontade de vencer. 

Arrisca sem medo de perder,
Um dia morrerá sem muito por viver.

Fazer de conta





Vamos fazer de conta
Que tudo corre bem,
Que ninguém te olha com desdém. 

Vamos fazer de conta
Que nunca sentimos tristeza,
Que não existe pobreza. 

Vamos fazer de conta
Que ninguém sente inveja,
Que ninguém nos esquarteja. 

Vamos fazer de conta
Que todos gostam de nós,
Que nos ouvem quando gritamos em alta voz. 

Vamos fazer de conta
Que tudo o que desejamos acontece,
Que de quem nós gostamos nunca desaparece. 

Vamos fazer de conta
Que nunca somos enganados,
Que nunca nos sentiremos desesperados,
Frustrados, indesejados… 

Vamos fazer de conta. 

Era bem mais fácil
Se assim pudesse ser.
Mas temos que enfrentar a realidade,
E pensar que um dia acabará toda esta desigualdade…

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sem riso




Uma grande dor,
Em mim se apodera,
Seja do que for,
Não era nada que estivesse à espera…

Sinto agonia,
Deste silêncio,
Deste dia,
Que parecia que ria…

Preferia outra coisa qualquer,
Fria ou quente,
Não tu mulher,
Nem este sentimento ausente…

Deprimente,
Diferente,
Sinto-me um delinquente,
Sempre a fugir de algo que não sai da minha frente…

Obtuso,
Confuso,
Vazio,
Ando eu neste mundo sem riso…

Será o Amor um caso perdido?



Será o Amor um caso perdido?
Nos dias que correm
Será que as pessoas fogem
Deste sentimento despido
Sem preconceitos.
Inventam defeitos
Com medo dos leitos
Que as lagrimas possam causar.
É de bradar
Ao ponto que isto pode chegar,
Tantas pessoas que tentam abreviar
Este puro sentimento que tem tanto para nos dar…
Serão os tempos difíceis,
Árduos,
Cheios de austeridade
Que nos elevam a outro patamar?
Onde não existe compatibilidade,
Onde não existe amar?
Por mais que pense
Não consigo explicar…

Pode o céu ser tão longe




Como podes partir
E deixar-me de alma vazia,
Com o coração carregado de agonia… 

Tu que eras a minha vigia,
O meu guia
Quando o nevoeiro se expandia… 

Será que olhas por mim
Quando estou na escuridão?
Será que és tu que me dás a mão? 

Tantas são as perguntas
Sem resposta
Que a minha mente riposta… 

Achas que há possibilidade
De te encarar
Num doce aclamar? 

Será o céu é tão longe
Que só me resta esperar?
Pensar que um dia estarei ao alcance do teu olhar…

sábado, 28 de janeiro de 2012

Entre a Espada e a Parede






Sem destino
Cabisbaixo,
Com dentes em riste
Caminhava o felino… 

Triste,
Por testemunhar
Que o fim
Se estava a aconchegar… 

Sem forças para acreditar
Começou a rastejar
A morte parecia estar
A farejar… 

Por fim encostou-se a uma parede
Esperava que uma espada
Lhe mata-se aquela sede
E lhe desse uma morte abençoada…

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Rei do Bairro Alto





Subia ele num arfar,
Num chão de paralelo
Onde ecoava o luar… 

Em sentido contrário
Rebolavam garrafas vazias em flagelo,
Parecia um calvário… 

Quase a meio da rua
Já conseguia ouvir 
Uma voz nua… 

Guitarras Portuguesas tocavam
Enquanto as lágrimas
Se perpetuavam…. 

Uma triste alegria
Afiada como laminas,
Traziam-lhe memórias de outros dias… 

Com um trago de ginja na mão,
Pensava como era grande aquela voz
Que lhe tocava no coração… 

Num gole veloz
Pensou alto,
Sem sobressalto… 

Serei eu um rei
Que só agora me achei
Neste bairro onde muitas magoas afoguei?
Não sei… 

Será fruto da letra
Cantada com emoção,
Que em mim penetra
E me liberta desta triste solidão?

Sereia




Com rosto de mar,
Com olhos de céu,
És a sereia ao meu luar… 

Aquela que apareceu
Nos meus pensamentos,
Enquanto eu estava a navegar… 

Debruçaste-te sobre o meu olhar,
E num ápice a minha mente absorveu
Todo o teu ser… 

Tornamo-nos num só querer,
Um sentimento profundo
Do tamanho do mundo… 

Sem perceber
Não voltaste a aparecer,
Que posso fazer para te voltar a ver?

-Quando sair do teu regaço 
Não te preocupes sente o vento num abraço,
Ouve a minha voz e sorri,
Que eu estarei a olhar por ti…

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Beijo







São momentos como estes
Que nos ficam na memoria,
Gravados no coração,
Outrora breves sonhos
Tornados realidade,
Mesmo que tenha sido uma brevidade,
Foi de verdade,
A cumplicidade,
A simplicidade,
O carisma,
Um prisma,
 Cheio de amor…
Cada pétala,
Cada flor,
O pólen cheio de ardor…
A exercitar cada musculo do corpo,
Nunca ficamos em ponto morto…
Um beijo,
Por cada desejo…
Em ti eu me revejo
Meu amor…
Tu és indescritível
Tornaste possível,
Toda esta inspiração…
Meu amor,
Nada é em vão….


Ps: Um beijo de língua movimenta 29 músculos, sendo 17 nela mesma. Alguns estudiosos estimam que um beijo prolongado gaste entre 12 e 14 calorias. 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Memória de ti




Lembro-me do verão
Aquele em que te conheci,
Lembro-me da janela onde te sorri…


Lembro-me da cor do teu olhar,
Lembro-me do telefonar,
Matar saudades com o falar…


Lembro-me das cartas
Fartas
Cheias de paixão…


Letra feia cheia de confusão,
Mas que transmitia
O que me ia no coração…



Por estupidez,
Por falta de lucidez,
Perdi-te…


Ainda hoje penso
Como foi possível,
Tudo se ter tornado tão ilegível….

O nosso mar que era imenso,
Intenso,
Deixou de ser navegável…


Só as minhas lágrimas
Lá habitam,
E as palavras que em mim levitam…

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Quanto tempo tens?



Quanto tempo tens
Para mim,
Para uma nudez assim… 

Quanto tempo tens
Para dois corpos
Se sentirem expostos? 

Quanto tempo tens
Para que as nossas mãos
Comecem a trabalhar como sábios artesãos? 

Quanto tempo tens
Para num breve respirar
Começarmos a voar? 

Quanto tempo tens
Para me beijar
Neste belo luar? 

Terás tu tempo
Para eu te rimar
Com um esbelto expressar?

Since you´ve been gone


Foto gentilmente cedida por Mónica Lages


Debrucei-me em frente ao espelho,
Since you´ve been gone era o que tocava
No aparelho… 

Aquele som ecoava
No meu ouvido,
Pois era a melodia que fazia sentido… 

Tinhas desaparecido.
Pensava intensamente
No sucedido… 

Uma paixão que abortou,
Um sentimento
Que se escapou… 

Na razão delinquente
Em que se tornou
Este ambiente…. 

Começo a arfar
Com este mau estar,
Parece que oxigénio se está a dissipar… 

Alguém me dê uma lufada de ar,
Preciso de um novo respirar
Estará alguém disposto para me abonar?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Rosto de uma menina



Foto gentilmente cedida por Mónica Lages

A noite era linda
O estrelato brilhava
No rosto da menina…


Da janela passou para o espelho,
Tudo se adaptava
Assim ela pensava…


Mas de repente algo a assombrou
Num triângulo facial
Aquele pensamento mudou…


Mal pegou no pincel
Uma voz estridente
Disse-lhe que aquela cor era fel…


Outra voz 
Agora mais atroz,
Com aquela cor ficas mais ebuliente…


A ferver fico eu
Se não se calam vocês as duas,
Parecem catatuas…


Eu tenho o rosto de mil luas,
Não preciso das vossas opiniões nuas,
Cruas…


Foi com um toque
De pó de arroz
Que partiu a caminho da foz…


Abraçou o Douro
Num enorme sorriso,
Ele disse-lhe que ela era o seu tesouro…


Nada mais era preciso
Esta linda menina
Sentia-se no paraíso….

A morada do Amor





Que morada terá o amor?
Aquele que não se esconde,
Que não tem medo da dor,
Que espalha magia em seu redor… 

Gostava de saber,
Para lhe mandar uma carta,
Para ele perceber,
O porquê do meu escrever… 

Um dia que saiba a morada
Será que me vai responder?
Ou continuarei a ser um ser
Com esperança fracassada?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Memórias de uma noite





Foi no coliseu
Onde o meu coração
Se uniu com o teu,
Numa tenra absorção… 

Num tom suave
Cantava-te ao ouvido,
Numa clave
Que só nós sabíamos o sentido… 

Ao som de GNR de Rui Reininho,
Voava um beijo
Carregado de desejo
Abraçado a um passarinho… 

Naquele camarote
Carregado de emoções,
Fizemos mote
A grandes composições… 

Por fim desenhamos a lua
Ao som de “Dunas”,
A cada traço ela ficava cada vez mais nua
Tão bela que ficava nas tribunas… 

Num abraço
Ela voou para o nosso regaço,
Com muito regozijo
Mostrou-nos o paraíso!

Em luta constante







Pensei que te tinha perdido,
Quis logo em fazer um poema.
Ao pensar que não te podia abraçar,
Senti-me abatido… 

Desorientado,
Desinspirado,
Não sabia o que escrever,
Tinha perdido o tino… 

Raios só me apetecia
Puxar o gatilho,
Mais um gole de JB,
A minha mente estava uma porcaria… 

Não sabia,
Nem parecia querer saber,
Não me conseguia conter,
Um ponto final estava prestes a aparecer. 

Nada é mais valioso que o teu ser.
Por favor não arredes assim,
Não te quero perder,
Tu és o mundo para mim!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Obrigado





Obrigado,
Obrigado mais uma vez,
Por me fazeres lembrar,
Que um acreditar
Nunca está ao alcance
De um simples olhar…
Vou revogar,
Sem pestanejar,
Um suposto brilhar…
Não vou deixar
Que esta lágrima avance,
Estou calejado,
Tenho as mãos fartas
De erratas,
De etapas
Perdidas…
Sigam-se mais jornadas,
Sejam boas,
Sejam lixadas,
Terei sempre amizades
Bem-afortunadas….

Ausência





Caminho pela saudade,
Por uma realidade
Obscura,
Dura… 

A tua ausência
Faz-me perder um lágrima,
E outra em cadência,
Agora com mais frequência… 

Sinto-me uma lástima,
Preciso da tua presença,
Do teu afecto
Aquele predilecto… 

Demorará tal gesto
A contornar o meu rosto?
Preciso de sair deste poço,
O meu corpo parece morto…

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ninguém


Ninguém gosta do meu sorrir,
 Ninguém gosta de me ver feliz,
 Ninguém gosta do que eu faço,
 Ninguém gosta do que eu fiz… 

Ninguém me cumprimenta,
Ninguém me alimenta,
Ninguém me alenta,
Ninguém argumenta… 

Ninguém gosta do que escrevo,
Acham que não tem relevo,
Não percebo o porquê,
Se calhar ninguém o vê… 

Ninguém gosta do meu ser,
Ninguém gosta do meu viver,
Ninguém gosta do meu sentimento,
Nunca ninguém gostou em qualquer momento…

domingo, 15 de janeiro de 2012

Abreviado





Embriagado
Por palavras,
Por ruídos … 

Abalroado,
Quase que atropelado,
Caio abalado… 

Acanhado,
De punho cerrado
Num gesto rasgado… 

Confinado
A ouvi-los,
Só me resta estar calado… 

Acordado
Sinto-me amordaçado,
Abreviado…

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Amor - Dor = ?




Qual será o significado do amor
Sem dor?
Será verdadeiro?
Ou será foleiro? 

Será rotineiro?
Imundo,
Sem cheiro?
Será profundo? 

Terá durabilidade?
Terá futuro?
Terá credibilidade?

Existirá rumo?
Será caminhar no escuro?
Não sei qual é o resumo…

Setembro





Por trazer más memórias,
Por sentir falta das tuas histórias,
Gostava também de adormecer,
De me perder 
Profundamente num fechar de olhos…
Num salto
Passar o asfalto
Por este negro mês
De recordações
Carregadas de acidez…
Gostava de fazer
Um forward x2,
Para depois
Num alvorecer
Acordar,
Despertar
Cheio de esperança,
Cheio de pujança,
Para um dia te abraçar…

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Caule



Foto by Vida de Papel


A raiz cresce,
O caule endurece,
As primeiras folhas aparecem… 

Como o meu sentimento
Não desaparece,
Apenas aguarda pela Primavera… 

E nesse momento
Irá florescer,
Pétala a pétala… 

Vais sentir o pólen no ar,
Serás a abelha que irá voar
E em mim pousar… 

Carinhosamente
Serei o teu lar,
E tu serás o meu louvar…

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Descobre-me





Suspira-me
No ouvido,
Abriga-me
Num beijo comovido…


Eleva-me
Num piso,
Abraça-me
Num sorriso…


Desenha-me
Num gesto,
Descobre-me
Num manifesto…


Agarra-me
Nos teus pensamentos,
Exprime-me
Em dialectos ternurentos…

domingo, 8 de janeiro de 2012

És tu



Foto by Nuno Quintela

És como um sol que brilha
Na minha face,
És a minha ilha
Sem disfarce… 

És o meu alface,
Leguminosa de cor verde
Que do chão nasce,
E que nada se excede… 

És uma linha,
Um traço,
És uma adivinha,
O meu pedaço… 

És as palavras que me saem 
Do coração,
És as lágrimas que me caem
Na mão… 

És o farol
Á beira-mar,
És o rouxinol
Que ao meu ouvido vem cantar…

Unidos por palavras




Tens sido a companhia,
A brisa recheada 
De maresia…. 

As palavras da manhã,
A ponte
Para uma mente sã… 

O riso de uma graça,
Um sentimento
Que em nós se enlaça… 

Tudo se descalça
No momento
Em que abrimos a fonte… 

Não á nada que nos afronte,
Somos bravos guerreiros,
Cueiros… 

És a donzela,
Eu sou o arqueiro,
Com a força das palavras aniquilamos forasteiros… 



Modos






Nele me deito,
Num pretérito imperfeito,
Num poema inacabado,
Quase abreviado… 

Faltam letras,
Mas só me surgem tretas,
Mando-as pelas sarjetas,
A qualquer momento irão surgir as certas… 

Quando voares em meu redor,
A inspiração surgirá
No seu melhor,
E tudo melhorará… 

Tudo se transformará,
Tudo ficará
Num pretérito perfeito,
Serão palavras escritas no teu peito…

sábado, 7 de janeiro de 2012

Rafeiro (parte II)





...consequentemente
O destino mais uma vez
O tinha tramado… 

Não estava a espera,
Pois tinha sempre acreditado
Num sentimento sem embriaguez… 

Sem lucidez,
Queria esquecer,
Quiçá aprender… 

Num ápice tudo
Se pode desvanecer,
Pois não basta o querer… 

Prometeu nunca mais de iludir,
Nunca mais fugir
Do chão…

Nunca mais entregar em vão
Aquilo que ele pensa que sim
E outros pensam que não… 

O sono será profundo,
Até que o cheiro imundo
Se dissipe…

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Rafeiro




Passeava pelas ruas
Escuras,
Sem iluminação,
Um cão
Que tinha de nome
Rafeiro,
Outrora feliz,
Cheio de luz,
Com rabo em riste
A abanar de um lado para o outro,
Sem nada que o afligisse…
Mas os tempos mudaram,
Sentimentos que se adiaram,
Gestos que se apagaram,
Olhares que se dissiparam…
Não conseguia erguer a cabeça,
Derivado a um pungir
Com a direcção exacta…
Pobre cachorro
Só lhe apetecia fugir
Para um morro,
Hibernar profundamente
Sem pedir socorro,
Adormecer num choro
Sem coro,
Desaparecer fugazmente,
Sem nenhum sentimento
Adjacente….

Chilrear






Numa bela manhã,
Um pássaro voava,
O seu chilrear ecoava
Na minha mente pouco sã… 

Não consegui decifrar
Nem tão pouco abraçar,
Seria pelo mau estar
Provocado pelo mau acordar… 

Não era costume
Acordar com tanto ardor,
Com tanto azedume,
Seria a ausência do teu calor?

Aproximei-me da janela,
Lá estava ele a cantar
Agora já era melhor o escutar,
Olhei-o e senti a sua cautela… 

Num ápice desapareceu,
Voou por entre o arvoredo,
Não sei o que lhe deu,
Estaria ele a cantar em segredo?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Diz-me


Foto by Nuno Quintela
Praia de Leça da Palmeira



Diz-me que posso ficar,
Diz-me que me posso deitar
No teu olhar cor de céu,
Enrolado num véu… 

O teu coração bordar
Com a cor do mar,
Palavras com paixão
Sem nenhum senão… 

Dizer-te ao ouvido
Aquilo que tenho sentido
Neste meigo levitar… 

Por vezes não consigo esconder,
Começo a arfar
Por ter que te deixar…

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Se um dia fosses o meu olhar







Se um dia fosses o meu olhar
Saberias o porquê,
A razão do meu chorar… 

Se um dia fosses o meu olhar
Saberias quem seria o meu par,
Nesta dança ao luar… 

Se um dia fosses o meu olhar
Saberias de onde advém este brilhar
Que reluz sobre um desfolhar… 

Se um dia fosses o meu olhar
Saberias quem é o meu mar
Com estrelas a flutuar… 

Um dia serás o meu olhar
E verás como fico
Quando estás no meu ar…

O nosso paraíso




Construímos um paraíso,
No meio dos nossos corações,
Sem ilusões…

Em terra firme
Com grandes aptidões
Fizemos grandes criações…

Movemos constelações,
O sol beijamos,
Fomos á lua e voltamos…

Um beijo acenamos,
Um abraço desenhamos,
E num sonho acordamos…

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Que idade tem o Amor?







Que idade tem o amor?
Terá a mesma da dor?
Ou apareceram as duas ao mesmo tempo
Com todo o seu esplendor?

Terão os nossos antepassados
Vingado no amor?
Com a pureza
De corações afortunados… 

Ou a dor pairava
Em todos os reinados,
Com aliados
De quem nada amava? 

Um sentimento roubado,
Aniquilado
Por olhos sedentos
De ver sangue arado…. 

Terá o amor triunfado?
Abonado multidões?
Abençoado corações?
Libertado grandes paixões?

(O Amor será o mais velho,
Pois sem amor não haveria dor.)

Destino






Livre voa,
O destino de uma leoa,
Encorajado pela força de vontade… 

Na realidade
Ela nunca o fintou,
Apenas o abrandou… 

Oscilou num momento,
Por deixar de acreditar
Que algum dia o sol pudesse brilhar… 

Mas certo dia
Começou a levitar,
Com a ajuda de um acordar… 

De palavras com sentido,
Com direcção,
Com convicção...

Assim encheu o pulmão,
E num abraço fraterno
Deixou-se levar para o eterno…

domingo, 1 de janeiro de 2012

O teu encosto




Penso como é tão bom ouvir a tua voz,
Um desatar de nós
Que se criam com a saudade,
Com a falta do teu abraço carregado de felicidade… 

Mata-me esta ansiedade
Num beijo sem fade,
Recheado de vibrações,
Cheio de conclusões… 

Preciso do odor do teu perfume,
Do toque no rosto
Quando um sentimento se assume.
Meu Anjo preciso do teu encosto…