Porque quem ama tem medo de perder...

Este blog é para quem gosta de amar, de lutar pelo que gosta...







sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Lar



Traço laços no teu corpo. 
Neles sinto o teu conforto.
Uns em tom violeta
com as asas de uma borboleta.
Outro em tons rosa
com as letras de uma prosa.
Ainda outros em tom verde
onde nada se perde.
Meu anjo
que lindo arranjo.
Só um beijo
Para completar
o ter corpo como se fosse o meu lar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Para a Vida



Fica um traço
como um rasto
para não me perderes. 

Para me veres
sempre que te apetecer. 

Mesmo que chova
Eu traço uma linha nova. 

Neste amor que se renova
Onde todos os dias é posto à prova. 

Minha querida
nunca te sintas perdida.
Este meu sentimento é para a vida!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sem Graça


Hoje estou sem graça.
Nada me descalça
Desta mascara
Que de mim se apoderou.

Demorou
A chegar,
Até eu próprio
Já estava a desconfiar.

Ando de trombas.
Nas lombas
Desta tristeza
Que me fintou.

domingo, 25 de novembro de 2012

Não Vás Por Ai


Não vás por aí.
Anda antes por aqui.
Por esses lados
já eu me perdi. 

Acreditei no que vi
E no fim só me fodi. 

Mas dizem que ali
existem fadas
a cantar belas baladas. 

No início é sempre assim.
Depois ficam caladas,
E num ápice surgem as facadas. 

Olha para mim
Vê as minhas costas
Têm as respostas
Para todas as tuas questões. 

Acredita,
Foram tantos os corações
Que de lá saíram a rastejar
Sem nada que os pudesse curar. 

Agora tu é que sabes.
Não te ponho entraves.
Mas depois não te lamentes.
Nem se quer tentes.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cansado


Estou cansado
de não conseguir
ter ninguém para amar. 

Estou cansado
de chorar sem ter 
alguém ao meu lado. 

Estou cansado
do sono
que não vem. 

Continuo ainda mais cansado
por perceber que um dia
ficarei ainda mais cansado
sem ter um amor louvado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um beijo teu



Gostava,
Desejava,
Aspirava. 

Rezava,
Bradava,
Lamentava. 

Esperava,
Sem lágrima,
Sem véu. 

O céu
Que me trouxesse
Um beijo teu.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Negro


O negro era a cor.
Uma traje que encobria 
a dor. 

Nem uma lágrima deitava.
Cabisbaixa, não argumentava.
Queria os braços de quem por breves 
instantes se enterrava. 

Braços leves,
Num conforto
Sem igual. 

Após aquele dia
Tudo iria
dar para o torto. 

Sentia-se numa combustão
Que só lhe apetecia
Parar o coração. 

Não queria respirar
Sem ter o dócil corpo
Para abraçar. 

Não queria
nunca mais recordar aquele dia.
Sem significado, o que acabara de acontecer. 

Aqueles que mais amamos
Um dia acabam por desaparecer.
Tal como ela, nós nunca estamos preparados.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ar


Que nunca vos falte o ar.
Que nunca venham a lamentar
Pelo medo de arriscar. 

Aquele beijar,
Aquele abraçar
Que ficou por dar. 

Um simples falar
que podia mudar
o ar que vos faz respirar. 

Não ignorem o que poderá
estar para vir.
Parem de fugir
a vida tem de ser levada a sorrir.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dribla-me


Podes driblar
Mais uma mentira.
Podes centrar. 

Estou na baliza.
Vais rematar?
Achas que te vou deixar marcar? 

Mesmo com o coração 
Em ferida
O resultado não se vai alterar. 

Para ti é só com uma mão, 
Ou de costas,
Assim vês as facadas expostas. 

Então?
Já vais embora?
90 minutos é um instante,
Não demora. 

Estás impaciente? 
Não estás contente?
Olha que assim
Perdes por falta de comparência.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Embriagado




Estou embriagado.
Escutei um triste fado
da Carminho.

Merda, que mania.
Nada me alivia
Deste hálito
Que tresanda.

Caramba
Que que habito
Meter-me nos copos
E ficar com vontade de ir com os porcos.

Não queria deixar
De acreditar.
Não queria estar
Sempre a lamentar.

Queria poder
Curar esta bebedeira
À primeira,
Assim de fininho.

Podes-me abraçar?
Beijar?
Fazer-me levitar.
Só tu me farias voar.

Não sei se vais ler isto,
Porque tal como eu,
Também levaste com xisto
Daquele que tanto te prometeu.

Melhores dias virão,
Dias esses em que o meu
Coração
Terá o privilégio de conhecer o teu.




Sem Pressa


Vagueio sem pressa,
Nesta réstia
de esperança. 

Sei o que em mim alcança.
Percebo o porquê desta mudança.
Sei o porquê de tanto trambolhão,
Sei o porquê desta dor no coração. 

Algo de bom
está a chegar.
Basta não deixar de acreditar. 

O sol irá brilhar
neste meu ser.
A luz da lua nunca irá desaparecer.
Terei o alento necessário para este novo crer.

Não Quero Saber




Não me apetece, alias, não tenho sequer força para o fazer. Uma atrás da outra. Conseguirás tu viver assim? Se queres que se sincero não precisas de responder. A mim bastou-me uma nesga, uma ponta dessa longa hipocrisia, desse cinismo constante, desse sorriso falso. Tantos sentimentos transmiti eu para nada. Mas sabes, eu sou assim, sou sincero naquilo que faço. Não tenho idade nem paciência para brincar às casinhas. Sempre fui assim, não era agora que iria ser diferente.
A mim custa-me ver que ainda existem pessoas capazes de jogar ao faz de conta. Isso era quando éramos putos e não tínhamos consciência das coisas, e nem sequer pensávamos no que poderia acontecer.
A vida é mesmo assim, e, por mais pontapés que levemos, por mais trambolhões que dêmos acabamos sempre por fazer a mesma coisa. Sabes porquê? Mais uma vez não preciso que respondas, eu digo-te;
Eu sou assim, serei sempre assim, sincero, honesto. Entrego o meu amor, o meu carinho, as minhas palavras, os meus gestos, o meu sorriso, as minhas lágrimas  Só não entrego o meu dinheiro, porque eu não tenho dinheiro, nem para mandar cantar um cego. De resto quem me conhece já sabe aquilo que pode contar. Tal como eu sei o que posso contar deles. Não me venhas dizer aquilo que posso contar de ti, porque se não vais obrigar-me a mudar o primeiro parágrafo e não tenho lá muita vontade.
Sugiro, se é que tenho essa liberdade. Não, não sugiro merda nenhuma. Tal como eu tens que aprender com os teus erros, a não ser que sejas masoquista e gostes de sofrer. (Será que sofres ou será que tens prazer?)
Fiz-me, faço-me um novo eu todos os dias, tento ver, tento com muito afinco perceber onde errei, onde é que de alguma maneira as minhas atitudes causaram mossa nos outros, naquelas pessoas que me querem bem e naquelas que por um mero acaso me deram o privilegio de as conhecer e agora estão por outras bandas.
Agora deixo-te num breve luar, com a lua bem cheia, com o céu estrelado. Ao contrario daquilo que possas pensar eu só te desejo o melhor. Mas aqui o pateta já não vai escrever mais sobre isso (vou tentar, prometo), até porque a malta que me costuma ler já deve estar farta de esperar pelo fim deste texto.
E o fim resume-se a isto (vou citar uma amiga muito especial) :
"Quase...que me conquistastes. Quase...que acreditei em ti. Quase...que me esqueci um pouco do passado. Quase...que estava meio feliz. Quase...que confiei em ti. Quase...que apontei o teu número, mas não o fiz. Quase...de certeza que não vais ler isto."

Nota final: A todos aqueles por quem nutro um carinho muito especial, aqueles que estão dois dedos abaixo do peito esquerdo, agradeço-vos por tudo o que têm feito para que este meu ser consiga viver sem que esmoreça.
A vós devo tudo. Obrigado.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Paradigma


Vejo-me aqui,
Ali,
Acolá. 

Eu sei lá
Onde estou,
Nem tão pouco
sei o que de mim restou. 

Ajo como um louco.
Não sei o que sou.
Não sei o que me levou
A este paradigma. 

Um enigma
Que tento resolver
Nestes dias que passam a correr.

sábado, 10 de novembro de 2012

Actor


É lindo,
É sinistro
esta ambição
que corre sem direcção. 

Diz que encontrou
o seu Amor.
Diz que lhe acenou
cheio de cor. 

A expectativa deu-lhe
ainda mais motivação.
De coração na mão
não abrandou. 

Mais tarde… 

De lágrimas na face
num enlace
com a dor. 

Chorava sem parar.
Ouvi-o gritar:
“Porque é que me deixei levar?
Amor, não passas de um actor
carregado de dor, de tristeza.
Sai da minha beira por favor.
Leva contigo essa beleza
disfarçada.
Prefiro ficar sem nada
do que andar
sempre a levar porrada.”

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Verdade



Exercício de hoje:
Olhar para uma parede branca, e, dizer cinco expressões que ela me transmite. Pegar nessas cinco expressões e construir um texto. Utilizar uma das expressões, procurar o antónimo dessa expressão e utilizar como título do texto. 


1-Ódio 
2-Irritação
3-Frustração
4-Mentira
5-Surreal 


Verdade 


Senti um grande ódio quando descobri. Quis esconder a irritação, mas não consegui. A frustração apoderou-se de mim. Penetrou-se-me na pele entupindo-me os poros. Necessito respirar. Aquela mentira construída com tantos detalhes, com tantos sentimentos, com tantos sonhos, era surreal. Como podia estar a acontecer tal coisa. Como poderia o meu coração deixar-se levar por isso? Penso que tenho de começar a pensar com a cabeça e deixar o coração falar depois, só quando conseguir que o cérbero tenha uma ligação bem nítida com o coração. Ai sim o coração pode falar. Mas ele que não se aproveite para se esticar, porque a cabeça vai lá estar. Sempre! 
(Será verdade aquilo que acabei de escrever? Será que alguma vez conseguirei agir desta maneira?)

Precipitação


Em que momento
é que te irritaste?
É que te iraste
sem fazer o devido julgamento? 

Estiveste quase a perceber,
a entender.
Mas não quiseste saber.
Prevaleceu a precipitação. 

De boca no coração
começaste a disparar.
Quando quiseste parar
não conseguiste.
(sente como foi dura a maneira como me atingiste.)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Copo





Sete e meia da manhã, ele despertou com barulho dos botões que fazem desactivar o alarme.
O Chefe Gil acabou de chegar. Era a hora de sentir as luzes a acender, a televisão a vomitar desgraças, os reformados a bater as peças de dominó na mesa. Sabem à pala disso, um dia estive para ir “com os porcos”, estava mesmo na ponta de uma mesa, não fosse o Chefe Gil a chegar-me para o centro da mesa e era uma vez. Podia dizer adeus ao estabelecimento que me acolheu desde o primeiro dia da minha vida. Abençoado sejas chefe Gil.
Eu era de vidro temperado, ondulado, com alguns riscos. 07X11Cms e com capacidade para 15cl. Estava ao lado de uns quantos outros que me invejavam por eu sentir as mãos mais delicadas, os lábios mais carnudos. Não é para me gabar mas era mesmo verdade.
Primeira cliente tinha acabado de entrar, era a Dona Herculina, ela nunca me tinha calhado na rifa, e não era hoje que isso iria acontecer. “Quero um galão bem quente e uma torrada com pouca manteiga. Não se esqueça que quero adoçante.” – disse ela numa voz que se arrastava ainda mais lenta que a do Gaspar.- Pelo olhar do Chefe deu para perceber o quanto era aborrecido “levar” com ela logo pela manhã. Mas por outro lado eram os clientes o sustento do estabelecimento. Reparei no chefe a estender a mão para cortar duas fatias do pão de forma e as colocar na torradeira. A torrada estava quase pronta, quando do nada aparece a mão do chefe a pegar em mim e a pôr-me debaixo de um bico de um manípulo da máquina de café. Enquanto o café banhava o meu corpo com um aroma a malte, eu rogava as mil pragas ao meu chefe. Era desta que a minha reputação ira por água abaixo. O café tinha parado. Era a vez de o leite escorregar pelo meu corpo e ganhar outra cor. Sentei o meu rabo a alapar-se num pires que não dava muita conversa. Vejam lá que nem me mandou o bitaite do costume: “Tens o rabo tão quente…” Depois foi a vez da colher se encostar a mim com um riso sarcástico pelo que se estava ali a passar.
O Chefe Gil colocou a torrada e eu próprio numa bandeja e levou-nos até à mesa da Dona Herculina. Foi ai que não podia ter ficado mais assustado. Ela tinha colocado batom nos lábios. VERMELHO! “Isto não me está a acontecer. Isto é um pesadelo.” – pensei eu muito irritado. -
Na televisão estava a “Querida Júlia”. Ela soltou um daqueles gritos que contem uns agudos, que nem o Fernando Pereira consegue imitar. Quase me desfazia em pedaços. Que dia este. Quando pensei que não podia ser pior, depois de A Dona Herculina mexer o adoçante com a colher que fazia troça de mim, ela pegou em mim abriu a boca, com aqueles lábios pintados de VERMELHO, e, foi então que reparei que ela não tinha trazido a prótese dentária. Mas que visão aquela. Não, não estejam com essa cara pois nem imaginam como é. Nem por sombras.
Depois de todo o líquido ingerido e a torrada mastigada, ali estava eu com a marca do batom VERMELHO, à espera que o Chefe Gil me levasse para a máquina de lavar com a máxima urgência. Finalmente pegou em mim e pelo caminho a colher continuava com aquele riso sarcástico. Deixa-te estar, eu vou falar com a máquina de lavar para arranjar maneira de não ficares bem lavada e depois vais para o lixo pelo teu mau aspecto. A tua hora chegará.

Depois de um banho bem quentinho a uma temperatura agradável, a máquina de lavar deu sinal ao Chefe de que tinha terminado o seu trabalho. Depois de umas discussões ocas sobre futebol, o Chefe Gil abriu a tampa da máquina de lavar loiça e aquele barulho típico de um café repleto de clientes absorveu todo este meu ser. A Dona Herculina já se tinha ido embora, porque, o canal da televisão já estava na Sic Noticias. No cesto retirado da máquina de lavar eu estava acompanhado pelas chávenas de café, outros copos de galão, pires e um cesto repleto de colheres. Com alguma rapidez o chefe começou a retirar os pires, o cesto das colheres e por fim as chávenas de café e os copos de galão. Ao arrumar os copos de galão com o rabo para cima, eu que tinha ficado para último fui chocar com o cesto das colheres, que fez com que escorregasse daquela mão áspera e calejada. Saltei três vezes pelo chão, até bater com violência contra a parede. Mesmo antes de me desfazer em cacos ouvi a colher a dizer “parte, parte”, e depois de me desfazer em cacos ouvi alguém a dizer: “Bingo!”

Agora, e, mais uma vez graças ao Chefe Gil por fazer reciclagem, isto é, graças a ele voltei a ser útil. Desta vez estou num lar de idosos. Continuo a ser um copo de galão.

Isto agora faz-me lembrar a Dona Herculina.

10, 9, 8, 7...


Mergulhei no fundo
deste mundo
infinito. 

Tanto é o conflito
que vai na minha mente
que me impede de ficar
consciente. 

Queria contar até dez
fazer desaparecer de vez
toda esta malvadez. 

Já vou em sete
e nada acontece.
Vou-me deixar ir.
Pode ser que isto te faça sorrir.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

À Tona



Não sei o que fazer
neste poço de mentiras
em que me deixei perder. 

Não sei qual delas
é a que mais admiras. 

Queres uma dica?
Acho que é a que me deixou
com mais sequelas,
Aquela que te deu pica. 

Mas o teu plano abortou.
Cedo ou tarde a merda vem ao de cima
como a inspiração desta rima
tão natural. Não falo mais. Ponto final.