Porque quem ama tem medo de perder...

Este blog é para quem gosta de amar, de lutar pelo que gosta...







quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tudo (um dos "tudo")

Foto by Nuno Quintela
Tudo deixa de fazer sentido
quando a inspiração desaparece.
Fica tudo entupido
e tudo me aborrece. 

Começo a tremer
como se um risco me pudesse salvar
deste tormento que se começa a acentuar.
Tenho medo de me perder. 

Nem um trago de Blue Label me pode salvar.
Começo a berrar, a maltratar
o oco, o vazio. 

Até me apetecia ir à ginjinha, no Rossio,
mas não tenho forças para me mexer
este meu corpo, parece querer morrer.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Lar



Traço laços no teu corpo. 
Neles sinto o teu conforto.
Uns em tom violeta
com as asas de uma borboleta.
Outro em tons rosa
com as letras de uma prosa.
Ainda outros em tom verde
onde nada se perde.
Meu anjo
que lindo arranjo.
Só um beijo
Para completar
o ter corpo como se fosse o meu lar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Para a Vida



Fica um traço
como um rasto
para não me perderes. 

Para me veres
sempre que te apetecer. 

Mesmo que chova
Eu traço uma linha nova. 

Neste amor que se renova
Onde todos os dias é posto à prova. 

Minha querida
nunca te sintas perdida.
Este meu sentimento é para a vida!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sem Graça


Hoje estou sem graça.
Nada me descalça
Desta mascara
Que de mim se apoderou.

Demorou
A chegar,
Até eu próprio
Já estava a desconfiar.

Ando de trombas.
Nas lombas
Desta tristeza
Que me fintou.

domingo, 25 de novembro de 2012

Não Vás Por Ai


Não vás por aí.
Anda antes por aqui.
Por esses lados
já eu me perdi. 

Acreditei no que vi
E no fim só me fodi. 

Mas dizem que ali
existem fadas
a cantar belas baladas. 

No início é sempre assim.
Depois ficam caladas,
E num ápice surgem as facadas. 

Olha para mim
Vê as minhas costas
Têm as respostas
Para todas as tuas questões. 

Acredita,
Foram tantos os corações
Que de lá saíram a rastejar
Sem nada que os pudesse curar. 

Agora tu é que sabes.
Não te ponho entraves.
Mas depois não te lamentes.
Nem se quer tentes.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cansado


Estou cansado
de não conseguir
ter ninguém para amar. 

Estou cansado
de chorar sem ter 
alguém ao meu lado. 

Estou cansado
do sono
que não vem. 

Continuo ainda mais cansado
por perceber que um dia
ficarei ainda mais cansado
sem ter um amor louvado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um beijo teu



Gostava,
Desejava,
Aspirava. 

Rezava,
Bradava,
Lamentava. 

Esperava,
Sem lágrima,
Sem véu. 

O céu
Que me trouxesse
Um beijo teu.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Negro


O negro era a cor.
Uma traje que encobria 
a dor. 

Nem uma lágrima deitava.
Cabisbaixa, não argumentava.
Queria os braços de quem por breves 
instantes se enterrava. 

Braços leves,
Num conforto
Sem igual. 

Após aquele dia
Tudo iria
dar para o torto. 

Sentia-se numa combustão
Que só lhe apetecia
Parar o coração. 

Não queria respirar
Sem ter o dócil corpo
Para abraçar. 

Não queria
nunca mais recordar aquele dia.
Sem significado, o que acabara de acontecer. 

Aqueles que mais amamos
Um dia acabam por desaparecer.
Tal como ela, nós nunca estamos preparados.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ar


Que nunca vos falte o ar.
Que nunca venham a lamentar
Pelo medo de arriscar. 

Aquele beijar,
Aquele abraçar
Que ficou por dar. 

Um simples falar
que podia mudar
o ar que vos faz respirar. 

Não ignorem o que poderá
estar para vir.
Parem de fugir
a vida tem de ser levada a sorrir.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dribla-me


Podes driblar
Mais uma mentira.
Podes centrar. 

Estou na baliza.
Vais rematar?
Achas que te vou deixar marcar? 

Mesmo com o coração 
Em ferida
O resultado não se vai alterar. 

Para ti é só com uma mão, 
Ou de costas,
Assim vês as facadas expostas. 

Então?
Já vais embora?
90 minutos é um instante,
Não demora. 

Estás impaciente? 
Não estás contente?
Olha que assim
Perdes por falta de comparência.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Embriagado




Estou embriagado.
Escutei um triste fado
da Carminho.

Merda, que mania.
Nada me alivia
Deste hálito
Que tresanda.

Caramba
Que que habito
Meter-me nos copos
E ficar com vontade de ir com os porcos.

Não queria deixar
De acreditar.
Não queria estar
Sempre a lamentar.

Queria poder
Curar esta bebedeira
À primeira,
Assim de fininho.

Podes-me abraçar?
Beijar?
Fazer-me levitar.
Só tu me farias voar.

Não sei se vais ler isto,
Porque tal como eu,
Também levaste com xisto
Daquele que tanto te prometeu.

Melhores dias virão,
Dias esses em que o meu
Coração
Terá o privilégio de conhecer o teu.




Sem Pressa


Vagueio sem pressa,
Nesta réstia
de esperança. 

Sei o que em mim alcança.
Percebo o porquê desta mudança.
Sei o porquê de tanto trambolhão,
Sei o porquê desta dor no coração. 

Algo de bom
está a chegar.
Basta não deixar de acreditar. 

O sol irá brilhar
neste meu ser.
A luz da lua nunca irá desaparecer.
Terei o alento necessário para este novo crer.

Não Quero Saber




Não me apetece, alias, não tenho sequer força para o fazer. Uma atrás da outra. Conseguirás tu viver assim? Se queres que se sincero não precisas de responder. A mim bastou-me uma nesga, uma ponta dessa longa hipocrisia, desse cinismo constante, desse sorriso falso. Tantos sentimentos transmiti eu para nada. Mas sabes, eu sou assim, sou sincero naquilo que faço. Não tenho idade nem paciência para brincar às casinhas. Sempre fui assim, não era agora que iria ser diferente.
A mim custa-me ver que ainda existem pessoas capazes de jogar ao faz de conta. Isso era quando éramos putos e não tínhamos consciência das coisas, e nem sequer pensávamos no que poderia acontecer.
A vida é mesmo assim, e, por mais pontapés que levemos, por mais trambolhões que dêmos acabamos sempre por fazer a mesma coisa. Sabes porquê? Mais uma vez não preciso que respondas, eu digo-te;
Eu sou assim, serei sempre assim, sincero, honesto. Entrego o meu amor, o meu carinho, as minhas palavras, os meus gestos, o meu sorriso, as minhas lágrimas  Só não entrego o meu dinheiro, porque eu não tenho dinheiro, nem para mandar cantar um cego. De resto quem me conhece já sabe aquilo que pode contar. Tal como eu sei o que posso contar deles. Não me venhas dizer aquilo que posso contar de ti, porque se não vais obrigar-me a mudar o primeiro parágrafo e não tenho lá muita vontade.
Sugiro, se é que tenho essa liberdade. Não, não sugiro merda nenhuma. Tal como eu tens que aprender com os teus erros, a não ser que sejas masoquista e gostes de sofrer. (Será que sofres ou será que tens prazer?)
Fiz-me, faço-me um novo eu todos os dias, tento ver, tento com muito afinco perceber onde errei, onde é que de alguma maneira as minhas atitudes causaram mossa nos outros, naquelas pessoas que me querem bem e naquelas que por um mero acaso me deram o privilegio de as conhecer e agora estão por outras bandas.
Agora deixo-te num breve luar, com a lua bem cheia, com o céu estrelado. Ao contrario daquilo que possas pensar eu só te desejo o melhor. Mas aqui o pateta já não vai escrever mais sobre isso (vou tentar, prometo), até porque a malta que me costuma ler já deve estar farta de esperar pelo fim deste texto.
E o fim resume-se a isto (vou citar uma amiga muito especial) :
"Quase...que me conquistastes. Quase...que acreditei em ti. Quase...que me esqueci um pouco do passado. Quase...que estava meio feliz. Quase...que confiei em ti. Quase...que apontei o teu número, mas não o fiz. Quase...de certeza que não vais ler isto."

Nota final: A todos aqueles por quem nutro um carinho muito especial, aqueles que estão dois dedos abaixo do peito esquerdo, agradeço-vos por tudo o que têm feito para que este meu ser consiga viver sem que esmoreça.
A vós devo tudo. Obrigado.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Paradigma


Vejo-me aqui,
Ali,
Acolá. 

Eu sei lá
Onde estou,
Nem tão pouco
sei o que de mim restou. 

Ajo como um louco.
Não sei o que sou.
Não sei o que me levou
A este paradigma. 

Um enigma
Que tento resolver
Nestes dias que passam a correr.

sábado, 10 de novembro de 2012

Actor


É lindo,
É sinistro
esta ambição
que corre sem direcção. 

Diz que encontrou
o seu Amor.
Diz que lhe acenou
cheio de cor. 

A expectativa deu-lhe
ainda mais motivação.
De coração na mão
não abrandou. 

Mais tarde… 

De lágrimas na face
num enlace
com a dor. 

Chorava sem parar.
Ouvi-o gritar:
“Porque é que me deixei levar?
Amor, não passas de um actor
carregado de dor, de tristeza.
Sai da minha beira por favor.
Leva contigo essa beleza
disfarçada.
Prefiro ficar sem nada
do que andar
sempre a levar porrada.”

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Verdade



Exercício de hoje:
Olhar para uma parede branca, e, dizer cinco expressões que ela me transmite. Pegar nessas cinco expressões e construir um texto. Utilizar uma das expressões, procurar o antónimo dessa expressão e utilizar como título do texto. 


1-Ódio 
2-Irritação
3-Frustração
4-Mentira
5-Surreal 


Verdade 


Senti um grande ódio quando descobri. Quis esconder a irritação, mas não consegui. A frustração apoderou-se de mim. Penetrou-se-me na pele entupindo-me os poros. Necessito respirar. Aquela mentira construída com tantos detalhes, com tantos sentimentos, com tantos sonhos, era surreal. Como podia estar a acontecer tal coisa. Como poderia o meu coração deixar-se levar por isso? Penso que tenho de começar a pensar com a cabeça e deixar o coração falar depois, só quando conseguir que o cérbero tenha uma ligação bem nítida com o coração. Ai sim o coração pode falar. Mas ele que não se aproveite para se esticar, porque a cabeça vai lá estar. Sempre! 
(Será verdade aquilo que acabei de escrever? Será que alguma vez conseguirei agir desta maneira?)

Precipitação


Em que momento
é que te irritaste?
É que te iraste
sem fazer o devido julgamento? 

Estiveste quase a perceber,
a entender.
Mas não quiseste saber.
Prevaleceu a precipitação. 

De boca no coração
começaste a disparar.
Quando quiseste parar
não conseguiste.
(sente como foi dura a maneira como me atingiste.)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Copo





Sete e meia da manhã, ele despertou com barulho dos botões que fazem desactivar o alarme.
O Chefe Gil acabou de chegar. Era a hora de sentir as luzes a acender, a televisão a vomitar desgraças, os reformados a bater as peças de dominó na mesa. Sabem à pala disso, um dia estive para ir “com os porcos”, estava mesmo na ponta de uma mesa, não fosse o Chefe Gil a chegar-me para o centro da mesa e era uma vez. Podia dizer adeus ao estabelecimento que me acolheu desde o primeiro dia da minha vida. Abençoado sejas chefe Gil.
Eu era de vidro temperado, ondulado, com alguns riscos. 07X11Cms e com capacidade para 15cl. Estava ao lado de uns quantos outros que me invejavam por eu sentir as mãos mais delicadas, os lábios mais carnudos. Não é para me gabar mas era mesmo verdade.
Primeira cliente tinha acabado de entrar, era a Dona Herculina, ela nunca me tinha calhado na rifa, e não era hoje que isso iria acontecer. “Quero um galão bem quente e uma torrada com pouca manteiga. Não se esqueça que quero adoçante.” – disse ela numa voz que se arrastava ainda mais lenta que a do Gaspar.- Pelo olhar do Chefe deu para perceber o quanto era aborrecido “levar” com ela logo pela manhã. Mas por outro lado eram os clientes o sustento do estabelecimento. Reparei no chefe a estender a mão para cortar duas fatias do pão de forma e as colocar na torradeira. A torrada estava quase pronta, quando do nada aparece a mão do chefe a pegar em mim e a pôr-me debaixo de um bico de um manípulo da máquina de café. Enquanto o café banhava o meu corpo com um aroma a malte, eu rogava as mil pragas ao meu chefe. Era desta que a minha reputação ira por água abaixo. O café tinha parado. Era a vez de o leite escorregar pelo meu corpo e ganhar outra cor. Sentei o meu rabo a alapar-se num pires que não dava muita conversa. Vejam lá que nem me mandou o bitaite do costume: “Tens o rabo tão quente…” Depois foi a vez da colher se encostar a mim com um riso sarcástico pelo que se estava ali a passar.
O Chefe Gil colocou a torrada e eu próprio numa bandeja e levou-nos até à mesa da Dona Herculina. Foi ai que não podia ter ficado mais assustado. Ela tinha colocado batom nos lábios. VERMELHO! “Isto não me está a acontecer. Isto é um pesadelo.” – pensei eu muito irritado. -
Na televisão estava a “Querida Júlia”. Ela soltou um daqueles gritos que contem uns agudos, que nem o Fernando Pereira consegue imitar. Quase me desfazia em pedaços. Que dia este. Quando pensei que não podia ser pior, depois de A Dona Herculina mexer o adoçante com a colher que fazia troça de mim, ela pegou em mim abriu a boca, com aqueles lábios pintados de VERMELHO, e, foi então que reparei que ela não tinha trazido a prótese dentária. Mas que visão aquela. Não, não estejam com essa cara pois nem imaginam como é. Nem por sombras.
Depois de todo o líquido ingerido e a torrada mastigada, ali estava eu com a marca do batom VERMELHO, à espera que o Chefe Gil me levasse para a máquina de lavar com a máxima urgência. Finalmente pegou em mim e pelo caminho a colher continuava com aquele riso sarcástico. Deixa-te estar, eu vou falar com a máquina de lavar para arranjar maneira de não ficares bem lavada e depois vais para o lixo pelo teu mau aspecto. A tua hora chegará.

Depois de um banho bem quentinho a uma temperatura agradável, a máquina de lavar deu sinal ao Chefe de que tinha terminado o seu trabalho. Depois de umas discussões ocas sobre futebol, o Chefe Gil abriu a tampa da máquina de lavar loiça e aquele barulho típico de um café repleto de clientes absorveu todo este meu ser. A Dona Herculina já se tinha ido embora, porque, o canal da televisão já estava na Sic Noticias. No cesto retirado da máquina de lavar eu estava acompanhado pelas chávenas de café, outros copos de galão, pires e um cesto repleto de colheres. Com alguma rapidez o chefe começou a retirar os pires, o cesto das colheres e por fim as chávenas de café e os copos de galão. Ao arrumar os copos de galão com o rabo para cima, eu que tinha ficado para último fui chocar com o cesto das colheres, que fez com que escorregasse daquela mão áspera e calejada. Saltei três vezes pelo chão, até bater com violência contra a parede. Mesmo antes de me desfazer em cacos ouvi a colher a dizer “parte, parte”, e depois de me desfazer em cacos ouvi alguém a dizer: “Bingo!”

Agora, e, mais uma vez graças ao Chefe Gil por fazer reciclagem, isto é, graças a ele voltei a ser útil. Desta vez estou num lar de idosos. Continuo a ser um copo de galão.

Isto agora faz-me lembrar a Dona Herculina.

10, 9, 8, 7...


Mergulhei no fundo
deste mundo
infinito. 

Tanto é o conflito
que vai na minha mente
que me impede de ficar
consciente. 

Queria contar até dez
fazer desaparecer de vez
toda esta malvadez. 

Já vou em sete
e nada acontece.
Vou-me deixar ir.
Pode ser que isto te faça sorrir.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

À Tona



Não sei o que fazer
neste poço de mentiras
em que me deixei perder. 

Não sei qual delas
é a que mais admiras. 

Queres uma dica?
Acho que é a que me deixou
com mais sequelas,
Aquela que te deu pica. 

Mas o teu plano abortou.
Cedo ou tarde a merda vem ao de cima
como a inspiração desta rima
tão natural. Não falo mais. Ponto final.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nunca


Nunca me esquecerei
Do teu amor,
Do teu louvor,
Da tua dor. 

Nunca me esquecerei
Do teu toque,
Do choque
Que foi ouvir a tua voz. 

Nunca me esquecerei
Do mar de sorrisos
lisos,
Sempre cravados no meu olhar. 

Nunca me esquecerei.
Partirei
Eu, a dor
e o nosso Amor.

sábado, 27 de outubro de 2012

Inocência


Neste inconstante sabor
que tem o amor 
Parto em busca de um rumor; 
Ouvi por ai pessoas a falar 
que ainda há gente que sabe amar.
Que conseguem gesticular
sem magoar... 
Que conseguem beijar
sem disfarçar.
Que num olhar 
conseguem dissipar
todas as dúvidas que possam restar.
Sim, devo estar a delirar.
Mais vale acordar.
O tempo cura
o que teima em não passar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vozes que irão Bradar


Vamos desistir.
Vamos comprimir
os desejos ainda mais.
Vamos alegrar os demais. 

Vamos chorar
enquanto eles ganham mais força.
Vamos a cabeça baixar
com as cordas prontas a apertar. 

Triste fim este que nos espera.
Estamos na forca,
Onde punhos cerrados
fazem troça. 

Só falta o chão desabar
para que tudo se possa findar.
Vozes irão bradar
para um céu que diz nos reclamar.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Triste Petiz


Ainda pareço uma criança
Cheia de esperança 
Onde nada me espanca,
E nem o coração não dói.

Em mim nada remói.
Não cismo,
Não desanimo, 
Não ando sem motivação.

Tenho a alegria de viver
Mesmo sem trabalho
Digo que não sou uma carta
Fora do baralho.

(não sou o caralho!)

Digo que o dinheiro não presta.
Que para ser feliz
Só preciso do que de mim resta.
Triste petiz.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Peso



Sinto a vontade.
Sinto o peso da idade.
Os dedos já não manejam
com a mesma agilidade.

Os bichos já farejam,
Sentem que existe
uma oportunidade. 

Em boa verdade
não me preocupo.
Este lugar que desocupo
Será muito mais bem aproveitado.

Irei deitado,
Sem uma lágrima ter deitado.
Não quero ser lembrado,
Nem tão pouco ser saudado.

sábado, 20 de outubro de 2012

Rua Onde Não Escondo a Minha Tristeza

Fotografia by Nuno Quintela
Vagueio por esta rua
onde não escondo a minha tristeza.
Onde a lágrima cai sem delicadeza. 

Pensamentos escritos em paredes,
Gatafunhos que nunca se excedem.
Sentimentos que nunca se perdem. 

De mãos calejadas,
Iradas,
Cheias de nadas. 

Caminho sem vergonha
Mesmo sem a cara risonha,
Mesmo que nada se disponha. 

Aqui ninguém faz troça
de mim.
Aqui ninguém me olha assim,
Com aquele olhar de criar mossa.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Deixai-me Sonhar


Não sei por onde começar
para abraçar
o que de mais belo
existe no teu olhar. 

Num singelo
respirar,
O meu coração
começa a disparar. 

Tantas são as cores em uníssono,
Tão cintilante é o brilhar.
Tão puro é o teu ar.
Espero não vacilar. 

Num milésimo de segundo,
O teu olhar mostra-me o mundo.
Não consigo parar.
Se estou num sonho, deixai-me sonhar.

Nas Curvas do Incerto


Assim me perco
nas curvas do incerto.
Neste deserto
carregado de magreza. 

Tanta tristeza
num oásis seco
sem a alegria
de uma lágrima que caía. 

Já nem a emoção
existe na palma da minha mão.
Vou deixar-me ir nesta areia movediça.
Não quero saber se ficar sem respiração. 

Será perfeito este caixão.
Ninguém dará falta de mim,
Pois não?
Acreditem, não fui eu que escolhi este fim.

domingo, 30 de setembro de 2012

Sem Amor






A vida sem Amor 
Não presta.
O que resta
A não ser dor? 

Haverá cura
para esta tortura?
Que nos mata
como quem pisa uma beata. 

Poderá ser reconquistado?
Ou terão os Deuses aniquilado
de vez
e agora dizem-se com um ataque de surdez? 

Não sei se alguma vez voltarei a ter
de volta tal sentimento.
Não quero fazer nenhum juramento.
Quero voltar a ter um novo querer. 

Nesta réstia de esperança
onde penso que consigo
e nada alcanço.
Pode ser que ainda me encontre contigo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Por Perto




Quero ter a audácia,
A perspicácia
De no momento certo
Estar sempre por perto
Para que nunca te sintas num deserto.
Num abraço bem aberto
Tal e qual o Cristo Rei
Assim estarei,
Assim ficarei.
Assim serei
Para o resto da minha vida.
A tua alma nunca irá ficar dividida,
Perdida.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Tua Pureza


Não sei se tem nexo 
Cada verso,
Cada rima que se afirma
Em cada poema. 

Nesta junção
De palavras, escritas com coração.
Sinto as mãos dormentes
Quase que doentes. 

O sangue parece não correr
Nestas veias quase a esmorecer.
Não quero desistir,
Mais não seja para te fazer sorrir. 

Sei que vou partir.
É inevitável esta certeza.
Mas a tua pureza
Foi a que me deu mais prazer de escrever.

Solidão



Agora e sempre
Eu e a solidão.
Mochila nas costas, caminho
Sem ter ninguém que me dê a mão. 

Rumo ainda mais a norte,
Levo na mente um recorte
Como se fosse um suporte
Para que nada aborte. 

Coração forte
Aguenta até ao teu destino.
Dá-me sorte,
Dá-me tino.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Leva-me Contigo


Não me sais do pensamento
Estás sempre presente.
Tens a força de uma invisível corrente
Que me impede de ficar ao relento. 

Sinto a seda das tuas mãos,
A magia da tua voz.
Ela retira-me todos os nós
Faz-me sentir todos os músculos sãos. 

Levanto-me todos os dias
Como se fosses o Messias,
A minha salvadora. 

Meu amor, levo-te sempre comigo
Seja qual for o sentido,
Estás sempre lá a qualquer hora.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Em Desuso


Obtuso,
Assim defino este intruso. 

Recluso,
Confuso
Por estar a cair em desuso. 

Baixo demais,
Teimoso demais,
Burro demais. 

Lê cabrão,
Estas palavras escritas
Por uma mão
Que um dia te fará umas visitas. 

Não acreditas? 

Então quando começares a vomitar
E ao mesmo tempo te der vontade de cagar
E o ar começar a faltar….
É o meu rosto que vais observar no espelho. 

Irás lamentar,
Até rastejar,
Implorar
Para tudo acabar. 

Ultima oportunidade; 

Fedelho,
Basa do nosso meio
Estou a ficar cheio
Desse teu paleio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vicio de Ti


Tenho vício de ti.
É ponto assente.
Desde a primeira vez que te vi. 

Nem imaginas o que sofro
Por não te ter aqui.
Não há nada que eu aguente. 

Pereço uma criança
Sem baloiço
Sem esperança. 

Quero ler-te,
Quero ver-te
Aqui bem ao meu lado. 

Se pudesse trocava o meu amanhã
Por ontem,
Certamente que a minha mente ficaria mais sã. 

Quero-te o quanto antes,
Quero voltar a ver esses diamantes
Que escondes no teu interior.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dias Sem Fé


A verdade é, que me fazes falta
Nesta solidão que em mim se exalta.
Nada me parece bonito
Tudo me parece restrito. 

Escrevo sem nexo
Versos sem reflexo,
Numa mentira que me aterroriza.
Até a minha sombra me ridiculariza. 

São dias sem fé
Em que mal me aguento em pé.
Nada é igual sem o teu ser. 

Quando te disse o que sentia,
Meu Amor não mentia.
Oh Deus, parece que me vou perder.

domingo, 19 de agosto de 2012

Amor-Quase-Perfeito


Eu sabia
Que tudo o que te dizia
Um dia se perderia. 

Oscilei demais,
Verti demais,
Ignorei demais. 

Não percebi os sinais
Que me davas em noites ancestrais. 

Parti sem me despedir de ti.
Morri aí nessa casa a que chamávamos paraíso,
Mas estou vivo aqui. 

Mesmo debaixo do teu peito,
Está o meu sorriso
Para que te lembres
Que fui um amor-quase-perfeito.

sábado, 18 de agosto de 2012

O teu Ventre


Apetece-me o teu ventre
Colado ao meu. 

Um beijo que nos centre
Num só eu. 

Um abraço infinito
Sem nenhum delito. 

Afagar o teu cabelo
Tocar nos teus umbrais. 

Tudo isto num barco rebelo
Douro a cima por todo o canal. 

Atracaríamos num areal
De uma praia fluvial. 

Meu Amor,
Seria divinal.

Vontade


Levo na minha algibeira
Uma mão cheia
De esperança. 

Quero recuperar
O teu olhar
Para te poder rimar. 

Vou à boleia
De uma plateia
De pensamentos. 

Quero recriar os bons momentos
Carregados de pujança
Onde nada se perde e tudo se alcança.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Chuva


Senti a chuva no meu coração,
Gotas grossas sem perdão
Caíam num jeito
De argumentação. 

Romper-me-ia o peito
Se não me tivesses dado a mão.
Cairia desamparado
Sem compaixão. 

Tu fizeste a introdução
Deste novo capitulo
Que será infinito.
Ao teu lado nada será interdito.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Vamos



Apetece-me fugir contigo.
Dizer-te ao ouvido
O quanto faz sentido.

Quero beijar-te o umbigo
E num segundo
Um abraço profundo.

Vamos sem demora
Por este mundo
Sem que nada nos deixe à nora.

Temos a nossa oportunidade
De tronar o nosso sonho em realidade!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Onde Fingiste?


Esta noite onde dormiste?
Onde fingiste
Ter prazer?

Quem foi o gajo que não conseguiu ver
Esse sentimento
Carregado de fingimento?

A troco de uma vingança,
Na esperança
De uma nesga de ciúme.

Assim se resume
A tua ausência
Em noites de displicência.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Muito, Muito, Muito



Nada seria o mesmo,
Nem sequer esta dor
Teria o mesmo sabor.

Nada seria igual
Se não tivesse o teu amor
Espalhado pelo mundo.

Nada seria profundo
Sem a tua voz
Nesta claustrofobia feroz.

Nada valeria a pena
Sem o teu olhar
A sentir sem ter de falar.

Obrigado por existires.
Obrigado por nunca desistires.
Obrigado por sorrires.

(muito, muito, muito)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Afastado de Mim


Sinto-me tão afastado de mim
Que nem eu próprio me consigo ver.

Nem o espelho reflecte
O meu rosto, invisível, assim ele parece.

O que estarei eu a fazer
Para me sentir assim?

Onde está o regozijo?
Ter-se-á perdido com o juízo?

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Se Soubesses


Para onde foram as gaivotas?
Para onde foram as ondas
De um mar nunca antes navegado?
Para onde foi a maresia
Que não se desvanecia
Mesmo com um tempo de agonia.
Para onde foi o sol
Que agora foi substituído por um apagado farol?
Para onde foste meu Amor
Que levaste tudo contigo
E me deixaste neste abrigo sombrio.
Se soubesses o quanto me fazes falta.
Aprece,
Abraça-me.
Dá-me alta,
Tira-me desta maca,
Desta camisa-de-forças,
Destas vozes moucas.
Meu Amor,
Se tu soubesses.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tu e Eu



Tu e Eu assim
Numa perfeita sintonia.

Os nossos olhos a transbordar
Toda a nossa alegria.

Pássaros a chilrear
Com sons de encantar.

Um odor a pairar no ar,
Um odor a jasmim.

Tu e Eu assim
Num amor sem fim.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pudesse Eu


Pudesse eu deixar
E tudo largar
Só para ver como é o acordar.

Pudesse eu sentir
O teu olhar
A sorrir.

Oh, meu Amor…

Rezasse a história
Que toda a luta
Me traria gloria.

Seria o homem mais feliz
De certeza absoluta.

sábado, 30 de junho de 2012

És Mais Do Que Isso


És mais do que isso.
Fico em roliço
Cada vez que te vejo.
Invejo
Cada olhar de um estranho
Na tua direcção.
Mas não me acanho.
Dou-te a mão
Digo-te o que me vai na alma,
No coração.
Não é que já não te tenha dito.
Mas dizer que te amo no infinito,
Dá-me uma calma
Nunca antes sentida.
De seguida
Numa acção destemida
Tenho-te no meu regaço,
Num espaço
Só nosso.
Sente este esboço
Que começa a ganhar forma
A cada gesto
De afecto.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Musa



Tu és a minha musa,
A blusa
Que se desaperta.
O sentimento que em mim desperta.

A mão que escreve
Assim ao de leve.
És o olhar
Que me faz ver na direcção certa.

És o rimar
De cada verso.
A porta aberta
De cada poema. 

Tu és o emblema
Imerso
No meu peito
Sem nenhum defeito.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Prometido



Pediste-me que fosse
Sem olhar para trás.

Parti sem falar.
Parti sem olhar.

Quis inverter o meu sentido
Mas lembrei-me do que havia prometido.

Em passos lentos
Calcava os paralelos cinzentos,
Molhados por lágrimas minhas.

Desapareci no meio
Do nevoeiro.
Numa desgraça
Que se enlaça
A cada passo que dou. 

Quis caminhar sem mais não.
Quis parar o coração.
Quis aniquilar aquela dor.
Quis acabar com aquele terror.